SIBO: causas, sintomas e tratamentos para o equilíbrio intestinal

Representação detalhada do intestino delgado com destaque para desequilíbrio da microbiota e sintomas de SIBO

Entenda as causas e sintomas do SIBO, diagnóstico pelo teste de hidrogênio e tratamentos com dieta e probióticos.

Nos últimos anos, vi cada vez mais pacientes, principalmente mulheres, me procurarem com sintomas digestivos persistentes, pouco compreendidos e, muitas vezes, incapacitantes. Uma causa que tem ganhado atenção nos consultórios de nutrição funcional é o supercrescimento bacteriano no intestino delgado (Small Intestinal Bacterial Overgrowth, ou SIBO). Se você sofre com distensão abdominal, desconforto, gases e sente que nada resolve, este artigo vai explicar o que é SIBO, causas, sintomas, diagnóstico e como tratar de forma realmente individualizada.

O que é SIBO e por que ele aparece?

Em minha experiência clínica, noto como muitos confundem disbiose intestinal com o fenômeno do supercrescimento bacteriano no intestino delgado. Apesar de se relacionarem, são condições diferentes. A principal diferença é que, no SIBO, ocorre uma multiplicação exagerada de bactérias no intestino delgado, local normalmente com baixa população bacteriana.

Diversos fatores contribuem para esse desequilíbrio. Entre eles, destacam-se:

  • Mudanças na motilidade intestinal (os movimentos naturais do intestino tornam-se lentos ou descoordenados);
  • Uso prolongado de inibidores de bomba de prótons (medicamentos para gastrite e refluxo);
  • Cirurgias abdominais prévias que alteram a anatomia intestinal;
  • Distúrbios hormonais ou doenças metabólicas;
  • Desequilíbrio na produção de ácido gástrico, bílis ou enzimas digestivas;
  • Alterações da microbiota associadas ao estresse crônico.

Me chama atenção, no atendimento a mulheres, como situações de ansiedade e alterações hormonais podem influenciar diretamente a motilidade do intestino, favorecendo quadros de supercrescimento.

Quais são os sintomas do supercrescimento bacteriano?

Uma característica comum que observo é a quantidade de queixas inespecíficas. Veja os sintomas comuns do SIBO, segundo estudo descrito pela Federação Brasileira de Gastroenterologia:

  • Distensão e inchaço abdominal (sensação de “barriga estufada”, principalmente após refeições);
  • Excesso de gases;
  • Desconforto ou dor abdominal recorrente;
  • Diarreia ou constipação (ou alternância entre os quadros);
  • Mau hálito persistente;
  • Sensação de digestão lenta;
  • Fadiga crônica e sonolência após comer;
  • Carências de vitaminas (sobretudo B12, ferro e vitaminas lipossolúveis);
  • Irritação ou alterações de pele, como rosácea.

Sinto que, principalmente para mulheres, esses sintomas afetam profundamente o bem-estar e a autoestima. Muitas relatam busca constante por respostas e frustração pelo pouco resultado nas abordagens tradicionais.

Mulher sentada, com expressão de desconforto abdominal, rodeada de alimentos sobre a mesa

Em minha prática, vejo muitos pacientes enfrentando sintomas por meses, até anos, antes de encontrarem o diagnóstico correto.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico normalmente começa pela análise minuciosa de sintomas clínicos, histórico alimentar e exames laboratoriais. Porém, um exame específico é considerado referência mundial: o teste de hidrogênio expirado.

O teste consiste em ingerir um substrato (geralmente lactulose ou glicose) e, em intervalos regulares, medir o hidrogênio e metano exalados pelo paciente, analisando o padrão dos gases produzidos pelas bactérias fermentando no intestino delgado. Quando há elevação precoce desses gases, indica supercrescimento bacteriano na região.

Algumas vezes é necessário avaliar deficiência de vitaminas (B12, ferro, ácido fólico), função pancreática, alterações anatômicas do abdome e marcadores inflamatórios intestinais. Em casos complexos, a avaliação é ainda mais detalhada, e isso reforça a importância de acompanhamento por profissionais atualizados, como faço no método da Dra. Natália Muniz Nutricionista.

Tratamentos e caminhos para restaurar o equilíbrio intestinal

A abordagem terapêutica que ofereço é sempre personalizada e baseada em evidências. O tratamento do SIBO nunca se resume a uma única estratégia, mas combina ajustes alimentares, mudanças no estilo de vida e, quando necessário, medicamentos. Minha missão é orientar, ajustar sua dieta e resgatar não só a saúde do intestino, mas o seu bem-estar como um todo.

Dieta e alimentação: papel central na recuperação

Para muitos pacientes, a melhora dos sintomas se inicia ao adotar padrões alimentares específicos, como a dieta low-FODMAP. Essa estratégia restringe temporariamente alimentos ricos em carboidratos fermentáveis, que alimentam as bactérias do intestino delgado. Alguns exemplos de alimentos a evitar:

  • Trigo, massas, pães e bolos;
  • Leguminosas como feijão, ervilha, grão-de-bico;
  • Cebola, alho, couve-flor e brócolis;
  • Leite, iogurte convencional e queijos frescos;
  • Frutas como maçã, pera, manga e melancia.

Após a estabilização dos sintomas, costumo orientar o reintrodução cautelosa dos alimentos, sempre respeitando o limite de cada paciente. Em paralelo, reforço estratégias de diversidade alimentar e reposição de nutrientes.

O papel dos probióticos e suplementos na reparação

Utilizar suplementos, especialmente probióticos, pode ser de grande ajuda. Porém, recomendo personalizar o uso de cepas bacterianas e fibras de acordo com o quadro apresentado. Algumas cepas podem aumentar gases no início do tratamento, é preciso atenção e ajustes.

Caso existam deficiências nutricionais importantes, oriento suplementação de vitaminas do complexo B, ferro, vitamina D e zinco. Em situações de sintomas persistentes, aplico práticas de reparação intestinal, aliando fitoterápicos, enzimas digestivas e suporte para o sistema imunológico.

Paciente realizando teste do hidrogênio expirado em clínica, com equipamento sobre a mesa

Antibióticos e fitoterápicos: quando são necessários?

Apesar da alimentação e dos probióticos serem parte central do tratamento, em alguns casos selecionados oriento o uso de antibióticos específicos para reduzir bactérias em excesso no intestino delgado. Em quadros mais leves ou quando o paciente prefere abordagens naturais, alguns fitoterápicos (como alho, orégano, berberina) podem ter efeito semelhante à antibióticoterapia, desde que utilizados sob orientação profissional.

O acompanhamento durante o processo, monitorando possíveis efeitos colaterais, é indispensável. O ajuste das doses e dos tipos de intervenção faz bastante diferença no sucesso terapêutico, por isso, a individualização é marca do trabalho oferecido na metodologia da Dra. Natália Muniz Nutricionista.

Mudanças no estilo de vida e prevenção de recidivas

Modifico sempre que possível a rotina das pacientes para alcançar resultados duradouros. Mudanças sustentáveis de hábitos são fundamentais para não reincidir nos sintomas. Recomendo:

  • Gerenciar o estresse (meditação, respiração, pausas além do trabalho diário);
  • Cuidar da qualidade do sono e evitar refeições pesadas perto da hora de dormir;
  • Exercício físico regular;
  • Evitar automedicação, especialmente com laxantes e antiácidos sem prescrição.

Para mulheres que relatam sintomatologia digestiva ligada ao ciclo menstrual, costumo avaliar o contexto hormonal e ajustar o plano de acordo com cada fase. Às vezes, pequenas mudanças na alimentação em determinados momentos do mês trazem grande alívio.

Estou sempre atenta aos “sinais de alerta” que indicam necessidade de avaliação médica ou exames complementares:

Procure apoio se houver perda de peso rápida, sangue nas fezes, anemia severa ou sintomas que pioram abruptamente.

Individualização no acompanhamento nutricional

Na minha abordagem no consultório e nas orientações online, não existe prescrição igual para todos. Defendo que a melhor estratégia para tratar desequilíbrios como o supercrescimento bacteriano envolve cuidar da causa raiz, personalizar cardápios e investir em educação nutricional. Assim, promovemos o verdadeiro equilíbrio intestinal e mais qualidade de vida.

Para aprofundar sobre saúde do sistema digestivo, recomendo o conteúdo sobre saúde intestinal e também informações detalhadas sobre constipação intestinal e seus impactos.

Conclusão: Caminho para uma vida mais leve e saudável

Conhecer o SIBO e suas nuances permite que você compreenda melhor seus sintomas e busque soluções assertivas. Em minha prática, valorizo orientar cada paciente para escutar seu corpo, seguir um plano alimentar individualizado e nunca ignorar os sinais de desequilíbrio intestinal. O acompanhamento especializado tem papel transformador, especialmente para quem sente que já tentou de tudo sem melhora.

Se você quer tratar a causa raiz dos seus sintomas e transformar sua saúde gastrointestinal e bem-estar, dê o primeiro passo. Conheça o método de acompanhamento personalizado que ofereço na Dra. Natália Muniz Nutricionista e descubra como retomar o controle da sua vida de forma natural e duradoura.

Perguntas frequentes sobre SIBO

O que é SIBO e como surge?

SIBO é o supercrescimento bacteriano no intestino delgado, caracterizado por aumento anormal do número de bactérias nessa região. Isso ocorre por fatores como lentidão dos movimentos intestinais, doenças crônicas, uso de certos medicamentos ou alterações anatômicas e hormonais que mudam o ambiente intestinal.

Quais os sintomas da SIBO?

Os sintomas mais comuns incluem distensão abdominal, excesso de gases, sensação de digestão lenta, desconforto ou dor abdominal recorrente, alterações como diarreia ou constipação, fadiga, carências nutricionais e sintomas cutâneos, como a rosácea.

Como tratar o desequilíbrio intestinal causado por SIBO?

O tratamento deve ser personalizado e pode incluir ajustes alimentares (como a dieta low-FODMAP), uso de probióticos específicos, suplementação de nutrientes, estratégias de reparação intestinal e, em alguns casos, antibióticos ou fitoterápicos. O acompanhamento nutricional é fundamental.

A SIBO tem cura definitiva?

Com acompanhamento adequado, muitos pacientes alcançam remissão completa dos sintomas e restauram a saúde do intestino. Mudanças nos hábitos alimentares e no estilo de vida ajudam a manter o equilíbrio e evitam recidivas, mas é possível que novos episódios ocorram se fatores de risco não forem gerenciados.

Quais alimentos ajudam no tratamento da SIBO?

Alimentos menos fermentáveis, como arroz, ovos, carnes, abobrinha, cenoura, morango, banana e pepino são geralmente bem tolerados. Após orientação, é possível reintroduzir outros alimentos gradativamente. A escolha depende muito da individualidade e sintomas de cada pessoa.

Dra. Natália Muniz

Dra. Natália Muniz

Nutricionista Gastrointestinal, especialista em saúde da mulher! Acredito que a comida de verdade mudará a sua vida completamente. Profissional registrada - CRN: 17101020

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